segunda-feira, maio 23, 2016


Eu ainda tenho o seu cheiro na minha pele.

Não sei de onde você surgiu, mas mesmo eu não sabendo dançar você me puxou e me prometeu que eu não iria me arrepender de lhe conceder aquela dança. E, agora, te digo: Não me arrependi.

Admito que não me lembro qual música tocava, acho que estava mais preocupada em não cair do que em gravar que música forrozeira era aquela. Dançamos à noite toda e, conforme a música foi avançando, eu não me preocupava mais se eu caia ou se eu pisava no seu pé, eu só queria ser feliz. E fui. Fazia muito tempo que não me sentia feliz assim.

Você cumpriu sua promessa muito bem, meu bem. Me lembro das luzes nos tocando e da sua respiração no meu pescoço, quase me levando à loucura. Sua mão segurava com firmeza minha cintura e me conduzia pelo salão lotado. O suor escorria do meu rosto e molhava sua camisa e pela primeira vez, não me importei com o quão desgrenhado estava meu cabelo, afinal aquela sensação era maravilhosa.

Também não sei ao certo quantas músicas dançamos nem quanto tempo ficamos ali, mas me lembro bem de seus dedos desenhando o sulco da minha coluna de cima até em baixo, bem lentamente. Nossos passos foram diminuindo e nossas testas unidas pelo suor transpareciam e falavam a linguagem dos nossos corpos. Não foi preciso nenhuma palavra ser dita, apenas o marco da nossa respiração entrecortada dizia que era hora de avançar.

O seu beijo era quente e me cabia perfeitamente. Ouso dizer que foi um dos melhores que já experimentei. Com certeza, era a coisa certa a se fazer na hora certa. Era calmo quando precisava ser e rápido quando fervilhávamos por dentro.

Suas mãos acolhiam as curvas do meu corpo como se já as conhecessem há tempos e me permiti, pela primeira vez, ser ensinada e não ensinar. Me permiti esperar e me deixar guiar como se fosse a primeira vez. O oxigênio se fez faltar e o sorriso tomou nossos lábios em uma risada em que explodia prazer.

Ao chegar em casa, mais tarde, me joguei na cama e fiquei rindo sozinha, como uma louca, lembrando de como tudo aquilo havia sido bom. Me senti livre. L-I-V-R-E!!

LIVRE pra fazer o que eu quiser, pra dançar com quem eu quiser, pra beijar quem eu quiser, para ser quem eu quiser.

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