sábado, novembro 22, 2014

Meus dias chuvosos


Hoje o dia amanheceu nublado pra mim.
O café amargo e a rua gelada me receberam com um "Bom dia!" não muito caloroso e me senti triste por isso. Dias frios ocupam a minha mente de você, sua voz não me sai dos ouvidos sussurrando sua risada e o vislumbre de seus olhos amendoados não em trazem nenhum tipo de tranquilidade como costumavam fazer.
Ruborizo ao lembrar da sua forma de me olhar e dizer como eu estava linda emburrada  e me acinzento quando percebo que me permiti voltar em você.
Não é só lá fora que chove, pois toda terça à tarde chove em mim também.
Sorte que tenho um guarda-chuva sempre a mão mas admito que não é toda vez que ele funciona e me mantém protegida dessa enxurrada de recordações sobre minha cabeça.
Não tenho sorrido a tempos e minhas idas ao bar toda sexta às 22h não me rende muitos avanços.
Admitir isso para mim é um retrocesso mas eu gostava mais de mim quando eu estava com você.
A música fluía sob os meus pés e eu rompia a bailar pela sala com você como se aquela noite fosse meu último dia e, meu bem, foi.

18:10.
De repente, aquela hora me pareceu tão familiar mas não consegui relacionar a nada.

sexta-feira, novembro 21, 2014

Lately I...


Eu perdi o jeito, a bossa de escrever desde que você decidiu sair pela porta e não voltar mais.
Parece que enquanto eu te via fazer a mala, entre uma roupa e outra você foi ali levando minhas palavras, por debaixo dos panos.
O portal me servia de suporte, para o meu corpo não despencar no chão. E eu inerte, parada, estática fiquei.
As palavras me faltaram a boca para implorar-lhe para ficar e ações me faltaram aos músculos para impedir que você irrompesse pela porta.
E quando você me deu uma última olhada por cima do ombro antes de fechar a porta, ali, minha alma saiu do corpo e nunca mais voltou.
As cadeiras da casa estão sempre vazias, a cama sempre gelada e o lixo sempre para ser posto pra fora e eu sempre vagando entre os móveis.
Só quero que você saiba que levou tudo o que eu tinha de melhor, tudo aquilo que você me ajudou a construir pedacinho por pedacinho se foi e não restou nada. Absolutamente nada.
Quando sento naquela escrivaninha perto da janela da sala, pego o lápis para ver se consigo tirar esse sentimento preso de dentro de mim, acabo sempre por deixar minhas palavras escaparem pelos olhos.
Só assim, consigo sentir você um pouco mais perto de mim, nem que seja necessário reabrir minhas feridas já cicatrizadas e inflama-las de novo.
Eu não me reconheço mais. Me olho no espelho todos os dias e não vejo refletido nele o que eu via a 4 meses atrás. Não consigo achar aquela menina com o brilho nos olhos que você tanto gostava. No lugar dela só tem uma garota pálida, de olhos marejados e roupas cinzas que caminha sem direção em volta do parque da cidade.
Eu me perdi. Não sei se tem mais volta, meu bem, pois duvido que até você possa me devolver o colorido da vida. Me fui não sei para onde e também não sei voltar, pois eu perdi única pessoa que acreditava em mim:
Você!

terça-feira, novembro 11, 2014


Eu tinha medo de mostrar minhas cicatrizes até que um dia você veio com esse jeito manso de ser, beijou-as e riu.
" São as cicatrizes mais lindas que já vi. Tenho certeza que sem elas você jamais seria essa garota linda que é e também não seria a garota por quem eu me apaixono todos os dias. "

Nightmare



Se eu pedisse pra você me esperar por mais alguns dias você esperaria?
Se eu pedisse pra você um pouco mais de tempo pra arrumar essa bagunça que eu me tornei, o que você diria?
Não quero te aprisionar, longe disso.
É que passou um vento doido aqui, levou toda a minha sanidade e só deixou confusão.
Te prometo que estou tentando arrumar a casa pra você voltar só que tenho medo de você não se agradar mais da decoração que fiz.
Tenho medo que seu riso frouxo não contamine mais meus dias cinzas e que sua alma leve não me leve pra passear em um dia se sol me dizendo: " Como é bom ter você por aqui. "
Nunca,jamais, desconfie do meu amor por você!
Sei que às vezes ele parece oscilante como as ondas do mar, às vezes de mais, às vezes de menos, mas, por favor, entenda, esse é o meu jeito de dizer: " Também é bom ter você por aqui. "
Me perdoe pela vida vazia, pelo beijo negado e pelo adeus precipitado.
Agora eu sei que as dores do corpo são infinitamente menores do que as dores da alma.