segunda-feira, abril 27, 2015

Sinta-se bem com as novas mudanças...

Sinto saudades de casa, mas admito que já me desacostumei com o ambiente.

A casa continua do mesmo jeito que a deixei: a colcha ainda está dobrada sobre a cama, as flores ainda enfeitam a sala, a cortina ainda cobre a janela e a nossa foto ainda está pendurada na parede da escada.
Tudo milimetricamente arrumado como você gostava e tudo milimetricamente recordativo como eu gostava.
Só que nada mais fazia sentido de estar ali. 
As formas eram desconectadas e eu me sentia em um cenário que fora montado a pouco e que estava somente esperando os protagonistas entrarem para encenar a peça. 
Eu gostava dali, porém não me encaixava mais na arquitetura.
A poeira e o cheiro de mofo predominava, mas as lembranças ainda bailavam aos meus olhos enquanto olhava os cômodos da casa. 
Eu te via encostado no pé direito da sala, sorrindo, enquanto me observava viajar olhando fotos antigas. Eu ainda sentia o aroma do café forte que saía da sua xícara...
Porém, aquilo já não era mais nós e eu, não sei se feliz ou infelizmente, não sabia mais o que era.

Nada mudou naquela casa desde então, mas eu mudei. 
Você mudou.
Nós mudamos.
Juntos e separadamente.

Não sei você, mas eu não sei definir exatamente no que me tornei, porém posso lhe assegurar que estou e sou muito melhor do que era. Não que você se importe, é claro, porque eu sei que não se importa.

E de tudo isso, aprendi uma coisa: A vida nos devolve exatamente aquilo que precisamos. No momento certo, na hora certa. Tudo o que é para ir, vai. Tudo o que que para chegar, chega. E tudo o que é para ir e voltar, vai e volta. 
Não digo isso de orelhada, nem muito menos para conjecturar hipóteses.
Digo isso porque finalmente resolvi ler meu manual de instruções. Experimento, todos os dias, sensações novas que me mostram que posso ser muito melhor do que eu achava que era. 

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