quarta-feira, março 25, 2015

Meu jeito nada-perfeito de amar


Me deixe entrar. Nem que seja só para uma xícara de chá quente à tarde ou mesmo para ficar de vez.
Prometo me adequar a sua vida bagunçada de dia de semana e te observar despertar aos finais de semana, pois essa é a minha maneira mais sincera de dizer que te quero por perto.

Me deixa dizer que você é linda e não é só porque quero transar mais tarde, mas sim porque agradeço à Deus por ter cruzado teu caminho e ter tido sabedoria para não te deixar dobrar a primeira esquina da vida e te ver escapar de mim.

Cicatrizarei todas as suas feridas pois, se você olhar bem de pertinho, elas se encaixam perfeitamente às minhas como Matching Tattoos.
Tudo o que tenho, é pouco, eu sei, e pode nem chegar perto do que você quer ou acha que merece, mas, mesmo assim, molhado de chuva e perdido na vida, peço abrigo debaixo do seu humor ácido e de seu pescoço desnudo.

Me mostra seu rosto de quem acabou de acordar, seu cabelo úmido pela chuva e seus olhos marejados pela dor. Mostre-me tudo aquilo que você jamais mostrou à ninguém seja por achar que sua vida não diz respeito aos outros ou pelo medo de ser julgada. Talvez assim você aprenda a mostrar ao mundo aquela pessoa que é quando estamos à sós e que aquela menina tímida e observadora pode ser uma mulher incrivelmente madura, persuasiva e de olhos obliquamente expressivos.

Permita-me levá-la ao restaurante mais caro da cidade e presenteá-la, além do bom vinho de safra antiga, com um par de brincos que me custaram mais do que um ano de trabalho e que, por sinal, você nunca irá usá-los. Mas também permita-me puxá-la pela mão e sair de lá correndo para apreciar o céu estrelado do nosso lugar preferido-e-escondido-do-mundo, porque sei que é disso que você gosta: De ter a cabeça nas nuvens mas nunca tirar os pés do chão.

E, se, mesmo depois de tudo, você me achar um grande erro, prometo, mais uma vez, ser o melhor erro que você já cometeu.

terça-feira, março 17, 2015


Sempre abri mão de mim pelas pessoas que amava, pois as achava valiosas.
E não que elas não fossem, sabe, mas eu acabava trocando a minha vida pela delas e, no final, quem era por mim?
Isso mesmo! Ninguém.

Eu tropeçava várias vezes, caía o dobro e tudo o que eu queria era uma mão estendida para me levantar e me dizer que iria ficar tudo bem, mesmo que eu já soubesse que não. E como a minha vida não era diferente, tudo isso aconteceu com você.
Quando eu mais precisei de ajuda, de que me dissesse que iria ficar tudo bem, mesmo que você não soubesse como, minhas expectativas falharam. Eu tive que arrumar forças e me levantar não importando quantas feridas abertas ou mal cicatrizadas eu tinha e nem se essa queda havia doído mais do que as outras. Aí eu entendi que não importava se eu estivesse sozinha ou com medo, você sempre se colocaria em primeiro lugar.

Por isso, essa decisão não foi tão difícil quanto eu imaginava que seria, pois eu tinha mais motivos do que achei que precisaria.

Pois então, meu bem, eu vou embora.

Vou embora não para que você sinta minha falta e me implore para voltar ou para que você se empenhe nos próximos meses fazendo sua vida parecer melhor que a minha.
Vou embora porque não é o meu carma dar murro em ponta de faca, muito menos me humilhar como uma menina sem maturidade.
Vou embora porque é o melhor que eu ainda posso fazer por mim.

terça-feira, março 10, 2015

Às vezes, nada é tão bom quanto um certo adeus


É estranho como eu senti nojo de você naquele dia, nojo da pessoa que você havia se tornado.

Com certeza você não era mais aquele pelo qual eu havia me apaixonado, não mesmo. Ou então na melhor das hipóteses, aquele sim era o seu verdadeiro eu, só que camuflado o tempo todo em que esteve comigo e que agora, cansado de ocultar-se, gritava por liberdade.
Tudo em você havia mudado para pior e o mais engraçado é que eu me pergunto o tempo todo como eu não havia percebido. Era possível eu ter enfrentado tudo e todos por alguém completamente insano e até tentado provar e convencer a mim mesma de que valia a pena?

Quanto mais o tempo passava mais de você ele levava e mais eu te assistia mudar e confirmar a mim mesma que ir embora foi a melhor decisão que eu pude tomar.
Eu não poderia ter ficado, jamais, porque senão onde eu estaria agora?
Não, você nunca entenderá isso, mas eu precisava ir por nós e, talvez, no fundo, bem lá no fundo, por mim.

Quem sabe eu já não havia percebido e só não queria aceitar?
Não que eu me ache superior ou algo do tipo, não mesmo. É só que nós nunca nos pertencemos de nenhuma maneira e agora isso fica bem óbvio. Só não sei se fica para você tanto quanto fica para mim.

Admito que foi triste. Testemunhas me dizem que nunca me viram tão mal e que temeram pela minha vida. Elas sim sabiam o quanto era errado, menos eu.

Me orgulho imensamente por não estar mais ao seu lado. Não gostaria de dividir hoje a minha vida com você e foi ótimo eu ter ido embora antes que tudo piorasse mais do que já estava.
Eram muitos sentimentos infundados, dores que eu jamais senti por ninguém. Era aprisionador.
Aquilo não era amor e jamais poderia ser, de nenhuma forma.