sexta-feira, abril 13, 2012

Esse foi um texto que eu rebloguei lá no meu tumblr e eu o achei tão lindo que trouxe pra compartilhar aqui com vocês... Espero que gostem!!

- Eu quero tempo. Quero pensar. - A voz dele deixara um silêncio ensurdecedor.
- Mas… Tá, não vou discutir sobre. - Ela suspirava alto do outro lado da linha. 
O silêncio os estava matando.
- Ei. - A voz dele estava rouca, não sabia disfarçar sua doce voz de choro.
- O que foi? - Que pena. Ela sabia tanto fingir, disfarçar. A voz é o jeito. Parecia estar bem. Pena. Só parecia.
- Por que você tá chorando? - Ele forçou um riso de deboche.
- Você já disse que não quer ouvir. - Suspirou.
- Tá. Boa noite. - Ele disse alto, num tom irritado.
- Não, não, não! Ah! - Quase berrou ao celular. Por alguns segundos desejou que ele não a tivesse ouvido. Tarde demais.
- Não o que? - Forçou o riso novamente.
- Nada. Já disse, você não quer ouvir. Mas que fique claro que e…
- É. Não quero ouvir. - Ele a interrompeu. 
Estava se sentindo menor do que já era. E o medo lhe fez sentir arrepios. Como odiava isso. Ah! Mas não conseguia ficar quieta. Queria gritar, fugir, sumir, quem sabe.
- Porcaria. - Ela deu um pequeno grito, agudo, falhado. De dor.
- O que você fez? - O medo lhe pegara de surpresa, e saiu forte no tom de sua voz. Sentia medo de perde-la…
- Nada. Ai! - Disfarçou.
- Fala logo, que merda. - Irritou-se.
- Nada, que saco! Só machuquei a mão.
- Como?
- Bati na parede… Ai, sou idiota.
- Jura?
- O que?
- Que você é idiota. - Ele disse em tom de ironia.
- Morre? Obrigada. - Disse, enquanto encolhia-se um pouco mais na cama.
- Quer mesmo isso?
- Não.
- Tá. Boa noite. Se cuida, tá? Vive sua vida ai, feliz, sem mim. Mas se cuida, por favor…
- Não. O plano não era esse, era pr…
- Boa noite. - Ele a interrompeu mais uma vez.
- Não.
- Se cuida.
- Cuida de mim. - Ela não havia conseguido disfarçar a voz de choro.
- Acho que você já não precisa mais que eu faça isso.
- O plano não era esse, lembra? O nosso plano. Era pra gente ficar bem, ficar juntos…
- Era né?
- Queria que ainda fosse.
- Nem tudo que a gente quer, a gente tem, né? - Mais um riso forçado.
- Quando você quer, acho que você deve lutar pra ter, né? - Ela começara a soluçar. Já não conseguia mais controlar, muito menos disfarçar o choro.
- É… - Não havia mais o que dizer.
- Posso falar mais uma coisa? Uma última, só. - A insegurança e o medo reinavam sobre o tom de voz dela.
- Pode… - Ele suspirou.
- Para. Para e pensa, tá? Pensa em tudo que a gente já falou, as risadas e os sorrisos, até mesmo as lágrimas. Aquelas mesmas lágrimas de quando você me pediu em namoro, e até daquelas lágrimas das vezes que brigamos. Pensa em tudo que a gente já fez, e já imaginou. Pensa na gente. Eu não quero que isso acabe. Não quero que “a gente” acabe. Não quero um final, sabe? Nem feliz, muito menos triste. Eu quero a gente. Mas… desculpa, tá? Por fazer mais bagunça ainda na sua vida, por não conseguir arrumá-la. Desculpa por ser toda bagunçada. Eu amo você, tá? Que fique claro. Mesmo que você não acredite, eu só estou te dizendo a verdade…
Ela parou. Podia ouvir os suspiros dele, misturados com soluços. Ele havia desabado.
Ela queria ele. Vice-versa. E mesmo com todo o orgulho dele, ela insistia. Estava conseguindo até, em partes.
- Eu acho que você devia d…
- Shiu… Não diz nada. Não agora. Só pensa em tudo o que eu falei… - Era a vez dela o interromper.
- Eu tô pensando.
Ela ficou em silêncio. Havia conseguido deixa-lo quieto, pensativo. E o fez, real e literalmente, pensar em tudo que ela havia lhe dito.
- Tô pensando se vale a pena mesmo… - As palavras dele cortavam mais do que facas.
Os olhos dela, já vermelhos, encheram-se de água novamente. Doíam. Só não mais do que dentro de si…
O silêncio surgira novamente. O Silêncio mais ensurdecedor de todos.
- Pensou? - O medo na voz dela era eminente.
- Sei lá. Como eu disse antes, preciso de tempo. - Sua voz falhava a cada lágrima que insistia em cair.
O celular de ambos já estava encharcado.
- Eu não me importo. - Ela suspirou alto.
- Não se importa? - O medo surgira sem querer na voz dele.
- Não me importo de esperar você. Já fiz isso uma vez, lembra? Quando tudo começou… Não me importo de fazer de novo. Afinal… É por você né? Vale a pena.
O choro dele agora era incontrolável. Sentia medo de perde-la. De perder-se em si. Mas…
- Um dia você acha coisa melhor.
- A única coisa melhor que você, seria você aqui comigo.
Suspiraram.
- Acho que a gente aind…
- Shiu. Continua ai, aqui, só. Pensando se vale mesmo a pena. - Mais lágrimas.
- Você acabou de fazer valer. (…)

“O final a gente deixa pra depois.” - Cartas da madrugada. Cass.  (viaineedyoursmiletoday)

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